Praz-me sempre quando alguém me recorda dos tempos dos NUA. Curioso: hoje apercebo-me que criou as suas raízes e que não tende a desaparecer. Entrando no WC de um restaurante sito no Restelo, em curso de festa de anos. Cumprimento e ela diz-me: "eras dos NUA. E cheguei a ver-vos ao vivo". NUA: uma história de vida. Uma escola de vida. As horas passadas nos corredores de um conservatório calado pela madrugada solteira. Éramos novos. Fugíamos de tudo. Nos primeiros anos, fugíamos do "Beethoven" vulgo fantasma do Conservatório Nacional de Lisboa, que habitava a sala fantasma:) Gravámos entre a sala de cinema, e os corredores da escola, a nossa primeira demo: "Nas portas de Hadés". Éramos assumidamente metal-góticos. (Mudei muito...). As portas de Hadés e a Encruzilhada, ambas as demos cantadas então em português e com pré produção com material "emprestado" pelo Estado (adormecido) português. Era assim que eu visionava a nossa intrusão nocturna no Conservatório que se entregava de corpo e alma aos nossos sonhos. Tenho imensas mas imensas saudades desse tempo vadio. Embora, prefira a calma dos dias que correm. O acesso ao Conservátorio de Lisboa pela madrugada fazia-se legalmente. Sem partir portas. Apenas compactuando com o privilégio. Mais tarde, quando o Estado passou a contratar serviços de segurança privada, a coisa complicou-se. A magia parou-se no tempo. O segurança que ali criara raízes duvidava: confundia-nos com o "Beethoven". Era um fartorte de rir. E nós confundíamos os nossos passos com as correntes de ar dos corredores sombrios, abismais que percorriam a nossa pele, como se tentassem rasgar-nos a pele, de medo, e intrusarem-se nos nossos corações sonâmbulos. A vantagem para músicos amadores que éramos, de usufruir de um Conservatório, é como podem imaginar o acesso a todo o tipo de instrumentos, acessórios, maquinarias, etc...salas de dança, teatro, régies...enfim tudo a que, supostamente, deveríamos ter direito. Porque não criar um all access neste sentido? Um santo dia para interessados, de acesso livre ao Conservatório.
Abençoado privilégio a que prefiro intitular de Pirata, filho da Rosa, que nos abriu os portões de Dó durante cerca de 7 anos. Abençoados portões que um dia fecharam-se em segredo para todo o sempre.
Ficámos de fora. Quando passarem pela Rua dos Caetanos, reparem nas paredes que circundam o Conservatório e talvez por lá nos reencontrem.Insígnias de Sexo Oposto que deram origem em 1991 a NUA.
Um beijo à equipa NUA ( Caveirinha, Carla C, Vítor "Luzes", Pedro S., Mário S., Paulo A., João Va., João Vi, Bruno S., Zé, Filipa, Sal, Marinheiro).
quinta-feira, junho 14, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário