sábado, junho 09, 2007

Materna 1ª Parte- A Queda

Vamos entrar nas profundezas do meu passado. O Tiago dizia-me: "escreve um livro. É best-seller!". O Tiago diz-me agora: "escreve uma enciclopédia! Best seller!". Não acredito que a minha família seja muito diferente de tantas outras espalhadas pelo mundo, porque acredito que o que de facto existe são submundos a que nem todos têm acesso.
Vou começar hoje pela família materna. A mais dark de todas. A família paterna é celestina, pelo que conjugada com a anterior, deu-nos um mix fantástico.
Guardo as fotos do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Coimbra. As ossadas do meu avô: ossadas agraciadas pela indigência dos lobos da mata de Mação. Sim, o meu avô foi...o que estão a pensar. Estão? Estão a seguir. Espero que sim. Desaparecido num enigmático período de 4 anos. Única pista: um táxi tê-lo-á levado até à Mata de Mação. Dizia-se perseguido. Pagou uma nota para que o motorista nada contasse, nomeadamente, onde o deixara. Dizem que pagou pelos pais. Pagou o preço de quem se atreve a mexer no que não deve. Mas claro, quer-se sempre mais. Era hábito, os pais, meus bisavós, recorrerem a práticas obscuras: enterro de galinhas vivas, são ciprianos e afins. Situações que naquela altura com certeza vinham substituir um CSI em prime time. Tinham perto de 70 anos. Morreram ambos queimados pela fogueira que os adormecia ao deitar do dia. Morreu ela primeiro. Diz-se que o meu bisavô, desgostoso também adormeceu desvanecendo-se na fogueira à semelhança da sua cúmplice. O Filho acabara com igual destino.
Há quem morra a levantar vôo e há quem morra em queda.

1 comentário:

Anónimo disse...

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