segunda-feira, janeiro 30, 2012

Negra

Sabem do que é que eu tenho mais saudades? De uma lareira, à moda antiga. Negra de tanto arder, de tanto nela ver.

quarta-feira, janeiro 25, 2012

eu lembro-me...estava no meio do mar..noite escura mesmo perdida no mar

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Vou e não volto

Quando vou e não volto, eu não me reconheço.

Arder no abraço

Elevo a vela da escrita na unicidade que sustenta o meu espírito ao mais alto nível da terra- acima de tudo, de todos, e até de mim.
É por ti que o faço. Para que na profundidade que nos invade, eu possa pegar-te pelo braço, deixar-te arder no abraço, enquanto não te apagas, como é de praxe.

domingo, janeiro 22, 2012

Nesta cidade onde me perco,
Não me encontrarás

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Em avesso

Para a S.
Olhando para o momento presente, uma nódoa esbate-se no quadro da vida. Mas vamos virar o quadro. Vamos pegar nessa tábua envelhecida, embotada. Vamos com o brilho dos nossos olhos, deslizar em avesso na tela que nos anseia.

domingo, janeiro 15, 2012

O vestido do nosso corpo

as linhas que tecem o nosso corpo para que não caia ao chão, são frágeis
demais
os teus lábios esmagam o sopro do nosso beijo
pois no céu da tua boca, escondes-te de mim

O amor é térreo.

Quando há tempos, escrevi "o amor é uma couve", com isto quis dizer-vos que o amor é uma raíz. Cresce numa vertiginosa imperfeição. Poucos, nela, encontram a rara beleza de uma força maior que brota do chão. O amor é térreo.

sexta-feira, janeiro 13, 2012

Tento segurar firmemente o mundo nas minhas venosas mãos. Tento e seguro, como tenazes.

Decadente

Recordo muito bem a noite do nosso concerto em Portimão. 2011, gélido, precoce.Decadente como se quer. Como se um estalo nas nossas caras fosse o selo da nossa viagem sem fim. O estalo de um carimbo esmagando-se abruptamente nos nossos passaportes sem pátria. O artista não tem pátria pois ao mundo, pertence. Não é de si. Não é de ninguém. Escravo do talento, essa cicatriz que lhe cabe abrir em qualquer momento. Momento de rir, momento de partir.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

terça-feira, janeiro 03, 2012

Estrela

Não perdendo a esperança no futuro, acredito que devemos ter a humildade de aceitar a ausência de um futuro no presente. A humildade é uma arma poderosa de sobrevivência, de sapiência. Não pretendo adiar o inadiável. Escolho viver no inadiável, para saber-me, para sentir-me, para sentir cada gota de sangue passível de verter. A capacidade de aceitação cristaliza a nossa existência na verdade.
Para bem viver, ousemos nadar em terra, trepando de estrela em estrela.