terça-feira, outubro 24, 2006

Amar um morto


Oiço incessantemente Vancouver de Jeff Buckley. São horas das horas do dia se aconchegarem à noite...Ouço-te como se te tivesses deitado a meu lado, ...com o teu corpo afogado no meu...dois sorrisos entre lençóis...sopras-me na nuca, e a tua paixão desliza como o mar no infinito.
Talvez seja mais fácil amar-te morto...talvez seja mais fácil comunicar. Porque o silêncio é uma gruta oca. Negra e sonante. Rendem-se os meus olhos à guarda de um anjo. Suspiro um último soneto, e entrego as minhas armas a Quem sabe. O corpo repousa. A alma pousa no teu olhar, para no dia seguinte, acordar. Para que a minha alma vá divagar e fazê-los acreditar que é mais fácil amar um morto.

Sem comentários: