De um ensaio na Lapa, salto para a casa assombrada, onde repousam todas as noites, as minhas mais-do-que-tudo e o menino-madeixa: ergue-se um arrepio na espinha quando lhe piso o sagrado coração. Uma casa-navio, que espelha na brancura das suas paredes, um passado sufocado: passo a passo, sinto a casa. Sinto o tremor que me acaricia gélidamente as costas, sentindo-me, sentindo que sou a sua promissora carta fora de baralho. Páro, e faz-se clara a visão das 4 mortes. O filho, a mãe, o pai e a assassina. Mas é a mãe quem mais se pinta funestamente ao meu encontro pelas escadas que sobem, sobem, e não páram de subir. O seu sangue espalha-se em pinceladas de um vermelho negro, aflitivo. É a filha que a encontra, mas hoje sou eu a Filha da Casa. Deparo com o corpo esfaqueado, recriando-se sobre um branco puro. Desce a cortina da morte e segue-se o filho enfrascando a vida num E301(? já não me recorda), um veneno anti-ratos, dos que se usavam para um remate final.
O Pai: o típico enfarte sentado.
A assassina: os remorsos- o vírus maléfico das mentes puras de corpo frágil. Suicida-se igualmente na cadeia. Fica a filha. A filha.
Posto isto, vai uma visita guiada?
domingo, janeiro 13, 2008
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