segunda-feira, janeiro 07, 2008

Até Hoje

E enquanto o meu bacalhau com natas de Domingo aquece desalmadamente no forno, ao jeito da autora, ponho-me, aqui, a pensar no que a Liliana me escreveu esta noite:
"sempre acreditas-te em ti e que cantavas bem, ou que essa seria a tua vocaçao???"

Não me recordo bem. Não sei bem responder. Não sei de todo responder.Mas vou tentar explicar: é algo que cresce dentro de nós, como um filho. Uma extensão de nós. De repente, numa fase da tua vida, Liliana, sentes que existe uma ponta do teu corpo celeste, que se manifesta intuitivamente. Algo que sentias que tinhas dentro de ti, e que de repente, tens de assumir. Umas asas do teu espírito que tens de desdobrar contra a queda. Weirdow, esta analogia. Mas é isso. Recordo-me de que durante toda a minha meninice, e depois durante a adolescência, de me deleitar com as grandes divas da voz, e do espectáculo em geral. Depois, há quem me aponte a prima Leão, a famosa (!). Outros, apontam-me as vozes inolvidáveis da minha Tia Adelina e do meu avô paterno Manuel Vieira Coimbra (aproveito para registar os nomes, para que um dia a memória me possa então falhar). Enfim, julgo que se cria um "microclima" que te desperta e te lança para este Circo de Feras:) (passo a expressão). Nunca pensei na questão do acreditar ou não em mim. Fiz apenas o que o corpo e espírito despertaram. Deixei-me ir. Apenas isso, ao teu encontro Liliana. Até hoje.

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