Ruled by Secrecy by Muse
Esta composição de Muse é terrivelmente apoteótica. Linda de se ouvir, sobretudo pela noite dentro. Podia morrer a ouví-la. Ou amar? Valia a pena morrer-se ao som desta faixa.
Tenho pensado muito na minha morte. Sinto que a morte é das poucas e últimas coisas que me poderá transcender em vida. Pena não se poder voltar...porque se tal fosse possível, experimentá-la-ia imediatamente. Não esperava nem mais um segundo. Mas (in)felizmente são muitas as coisas boas que me prendem por cá: elas,e Ele. Elas sobre- tudo. Bem já lá estive do ponto de vista clínico. Morta aos 18 meses. Por escassos segundos salva por gotas de água benzida... estranha sensação de se saber do outro lado...e regressada à origem ou pseudo-origem. E tão pequena.
Não fiquem de todo a pensar que estou mal. Bem pelo contrário. Encaro a vida de forma bastante racional, mas sou extremamente emotiva. Frágil. Sou uma pedra de gelo que se encosta e fere. Quente, ardente capaz de queimar-vos a pele. Ao ponto de vos ferir mas sem qualquer intenção.
Recorda-me assim de repente (1994?): numa estação, quando ensaiávamos nos estúdios em Moscavide, perto da 1 da manhã de regresso para Lisboa, desesperadamente à espera de um malvado 28. estávamos em grupo. Aproximou-se um homem, de rosto sequioso. Aproximou-se de mim e abriu-me a mala diante dos meus olhos incrédulos. Abriu-a e vi a minha morte. Mostrou-me a arma que o protegia de conspirações, da guerra que o desnortearam para sempre. Sentiu que o podia salvar e eu senti a carga emocional que ele acabara de despertar em mim.
Sinto-o sempre por perto. Não me esqueço. Pensei que era o meu ponto final.
domingo, dezembro 10, 2006
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1 comentário:
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