quarta-feira, março 21, 2007

Perpetuum-Ebner



Hoje, matei a poeira de um old hi fi de 1971, um Perpetuum-ebner, distinta marca alemã de gramofones nascida no seio da negra floresta, à minha semelhança. Adquiri a distinta "voz" num ferro velho do meu bairro. Dispõe de 33, 45 e 78 rotações. Curiosamente em vésperas de ida para Coimbra por volta das 7 da noite, decidi-me pela aventura. O senhor, já dos seus 80 e picos, deu-me assim um preço, assim como quem diz "bom dia", dando-se ainda ao trabalho de me convidar a visitar as "traseiras" do antro de ferro. Abriu-me uma mala gasta pelo desdém dos anos. E disse-me: "Escolha, que ofereço". Enquanto me ponho a vasculhar (que triste verbo), o senhor dos seus oitenta e picos surge de disco empunhado: deita-lo delicadamente no Ebner. Deita delicadamente a agulha na goma. E o Vinil empreende a dança. E oiço : "Coimbra tem mais encanto", na hora da despedida. Arrepiam-se as vibrações de tal canto à flor da minha pele, que o despacho, arrecadando (que triste verbo) um "french for children" de 1973, posto em estante, à minha semelhança. 34 anos...french for children...presságio? 34 anos...coimbra...presságio?

78 Rotações: (By Wikipedians) "O disco de goma-laca era uma bolacha, usualmente de cor negra, empregada para armazenar informações de áudio, especialmente músicas. Os discos de goma-laca eram usados inicialmente nos gramofones e, posteriormente, nos toca-discos eléctricos. Tocavam a uma velocidade de 78 rotações por minuto e tinham normalmente uma música de cada lado do disco, com uma capacidade de até 4 minutos em cada lado."

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