segunda-feira, julho 24, 2006

A Viagem

Porque todos me vão perguntar: e que tal? como correu? E porque todos devem saber.
Os concertos da Raging Planet correram muito bem. O espírito de camaradagem e non sense no seu melhor...somos (a Raging Planet) sem dúvida completamente loucos, palavras tiradas da boca sensata do Zé Miguel, o nosso motorista, que mais do que cumprindo a sua função, foi acompanhando-nos, passo a passo. O Zé Miguel, aquele que foi ouvindo a Mula da Cooperativa, na viagem para "baixo", aquele que de camisa branca, sentiu-se deslocado no meio da maré negra,mas que insistia estar connosco para o bem e para o mal, aquele que nos compreendia.
De vez em quando, a pedido dos passageiros, lá desligava as luzes, colocando-nos na escuridão total, talvez para compreendermos que já nela nos encontramos há muito. Uma escuridão, essa que me assusta de morte.
Interessa escrever acerca desta viagem se vos descrever a recepção preparada pela organização de Vilar de Mouros: os bastidores...ah os bastidores...é de boca aberta que entrei no "camarim". Mais parecia que nos tinham importado um bunker do Líbano. Um bunker sem luxos claro. Passo a descrever o habitáculo. Paredes.
No espaço reservado para o acolhimento dos sem-abrigo, não dispunhamos de água, casas de banho, toalhas, higiene, luz, tomadas, niente!
Sem dormida, sem direito de entrada ao refeitório, cada segundo parecia-me cada vez mais indigesto. Como é possível entender que no refeitório entram aqueles que escrevem acerca do artista, e a este, a refeição é-lhe vedada? Só entendo esta lógica se nos assemelharmos aos macacos de um espactáculo de circo.
A ementa proposta: 23 sandes panrico, de fiambre ou queijo, ou seja uma para cada sem-abrigo, lançadas ao ar para cima de uma tábua de madeira. As bebidas também elas atiradas, à nossa chegada, para uma arca a funcionar a meio gás.
Adiós Vilar de Mouros.
Nota positiva: o público e a paisagem.Viva o público! O público é quem alimenta o artista, nem que seja de alimento para a mente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que saudades desses camarins cheios de inscrições duvidosas e das refeições enfartabrutos tipo sopa da pedra ou rancho...

Que saudades dos "check sounds", principalmente os da bateria: meia hora a bater na tarola até ficar bom...

Ai, ai...

Beijinhos da Sílvia

Anónimo disse...

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