terça-feira, setembro 02, 2008

O cheiro da morte

Passam-se os dias e tenho sempre esta sensação de que a minha vida nunca será monótona. Esta noite, acompanhei oito polícias de intervenção. São de uma eficácia avassaladora: chegaram ao local em 6 minutos. Treparam e saltaram a vedação. Um deles conseguiu chegar ao telhado. Colocaram em poucos segundos todas as hipóteses de fuga. São fantásticos. E fantástico é vê-los em acção. Concluída a missão, segui o meu caminho. Eu e a minha bomba de gás lacrimogéneo que me acompanha há 15 anos, faz este mês. A bomba é apenas um placebo para as minhas emoções. Trago comigo esta parceira desde que um louco, numa certa noite, me apontou uma arma de fogo, sorrindo para mim. A morte sorrindo para mim. A expressão carnavalesca da morte nunca mais se esquece.

2 comentários:

João Miguel Fernandes disse...

Gosto tanto do que escreves, por vezes nem é pelo conteudo, mas sim pela forma como o fazes, parece que usas as palavras certas nos locais certos, conheço apenas outra pessoa que é capaz de me transpor de forma tao intensa para os seus textos. E aguardo com cada vez mais entusiasmo o lançamento do cd =)*

João Fernandes

Sophia Cinemuerte disse...

A palavra certa para este momento não é nenhuma. Humildemente, te ofereço o esboço do meu sorriso.*