Estou exausta assim como a bateria do meu telemóvel ao último ponto de vida...sinto que me encontro no fim, pronta para abrir um novo portão. Foi um ano difícil. Muito difícil. Venha o que vier, 'it's only rock n' roll'.
A fábrica dos sonhos espera-nos.
Tivemos festa cá em casa, no sábado, e até tivemos direito ao olho de vidro de José Cid, aos vinis do verão indiano de Joe Dassin, à rotação errada do Je t'aime moi non plus da Jane Birkin, e ao ímpar Puta Infernal (Filii Nigrantium Infernalium) em Vinil que o Sérgio Lopo (Cinemuerte) me ofereceu (nem queria acreditar-foi sem dúvida a melhor prenda dos últimos 10 anos!). Os meus amigos a dançar na minha sala, e a vizinha a berrar a ver se vencia em volume a puta infernal dos Fiili a rodar no meu perpetuum ebner :)Inesquecível. Digo-vos sinceramente, meus amigos, presentearam-me com uma noite que eu jamais esquecerei.
Finalizámos hoje um ano de trabalho intenso e posso adiantar-vos que sinceramente, fizemos parte de uma equipa de pessoas incríveis: incríveis pelo dom, e pela entrega e fé que depositaram na Aurora:)
O ano de trabalho encerrou-se hoje com as filmagens do vídeo para o tema 'Air' , single estreia de 'Aurora Core', o nosso mais-do-que-tudo, isto enquanto a cidade dorme de férias.
Voltando às filmagens, hoje, o Paulo Dobreira (realizador) cortou-me o vestido. Todo. O vestido que levei para abrir Chemical Romance no Coliseu, e que pensei nunca mais vestir. Cortou-me o vestido. Cortou-me o vestido e soube-me tão bem. Quando ele propôs-me cortar o vestido, não olhei para trás, nem por um segundo. Era o que eu mais queria hoje: algo que pudesse partir-me em dois. Carregava em mim, já há muitos dias, uma alma pesada de paixões.
Lembro-me de o ver hesitante. Lembro-me de o ver com um brilho nos olhos- aquele brilho que reflecte no próprio brilho. Pegar numa tesoura para destruir algo de minimamente belo, requer algum sangue frio. Engole-se a seco, no primeiro corte. Mas assim que o primeiro corte se esmaga no ar, cortar torna-se viciante. A vista do Paulo, perdeu-se entre a pele do corpo e a pele do tecido, como se estívessemos ambos a sonhar. Como se a minha carne deixara de existir. Tenho os joelhos em negra e o esqueleto torcido. Toda a dor vale mil palavras. Toda a dor vale por si.
Estou tão cansada que nem a mala consigo fazer. Mas vou partir. Dobrá-la ao meio, como me faço, a mim, quando a dor é infinita. Por um tempo, vou tentar partir o infinito.
segunda-feira, agosto 18, 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Boas!Sábado foi, sem dúvida, muito bom...:-)Obrigado pela festa e fico contente que tenhas gostado da PI.
Não estive em corpo mas estive em alma
Comme la vague irrésolue
Eu sei que estiveste assim como sempre estás.*
Very thought provoking.wedding dress sleeves pumps christian louboutin. Lace Wedding Dresses
Enviar um comentário