The House of the Past.
A letra foi inspirada no conto de que vos falei, mas não vos disse que a casa existe. A casa pertence à minha família. Nela, há uns anos, morreram três pessoas: a mãe esfaqueada, o filho suicida e o pai de enfarte. Sobrou apenas a filha. Todos eles morreram nessa casa. Já lá fiquei algumas noites. Sozinha ou como se assim estivesse, entregue aos murmúrios de uma casa do passado.
Existe sim, e descobri que existe o conceito de "a casa do passado". A casa do passado, é um casa que jamais se apaga. Pisa-se o primeiro metro quadrado de uma casa do passado e sente-se claramente e à flor da pele, que aquela casa sempre esteve à nossa espera. Sempre soube que um dia a visitariamos. Sente-se no primeiro bater da sola no seu esbatido chão. Sente-se que a casa respira-se profundamente ao encontro da nossa presença, da nossa energia. Que ela chupa-nos a molécula até ao mais ínfimo detalhe. Arrepio-me lá, de noite, na noite escura, de olhos postos no vidro que mais parece perder-se por entre calhas gélidas de uma geometria fútil. Olho nos olhos do vidro. São os olhos da morte.
sexta-feira, julho 18, 2008
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