Foram 4 valentes dias na mais pura mata do país. Pena."Temos pena", diria o nosso realizador. Sintra à séria. Não embarquei na classe turística:) Classe, diria, económica, embora aquela que desvenda o real sentido de toda a beleza dissipada pelos trajectos "gotta do". A Classe económica conta com Batatas de pacote, batatas De pacote e batatas de Pacote.
4 dias distintos: 3 a gravar o próximo vídeo para o tema "Underwater". Será que me afogo no próximo domingo? Uma coisa é certa: acreditem, no domingo de manhã, acordei com os pés em formigueiro. Assumo o risco quando toca a música. É um autêntico disparate. Mas sou eu..nao é a Joana ou a Maria. É a Sophia:)
Primeiro dia: encontro-me na bomba de gasolina da Estrada da Luz conforme estipulado às 7 da matina antes de seguirmos para Sintra. Enquanto aguardo a chegada, calha-me um sujeito dos seus vinte e poucos anos. Reparem na abordagem: "como te chamas? o que fazes, de onde és?Relaxa.". Basicamente, encontro-me às 7 da manhã numa Lisboa afogada no sono, perante o conceito do "sem preliminares" . Transportem-me o conceito de sexo sem preliminares para esta nova realidade de um encontro de x-ésimo grau. Vai dar ao mesmo. Ou seja, vai dar p'ró torto.
Torto...era o puto. Perguntei-lhe se tinha fumado algo, ao que me respondeu que era mais álcool. Mentira...bafo?
Niente.Perguntei-lhe se tinha vindo do céu. Assustou-se. Bazou. Bazou torto.
Segundo dia: acordei de pés dormentes. Sensação estranha. Tipo. Cabeça em terra, pés no céu? What t..f?
Ups...malcriadice..sorry..mas não disse. Não foi da língua...foi da tinta esotérica da blogomania.
Ok
so...pés dormentes. Cabeça em terra.
On the road again to Sintra...6h30 da manhã:) Belo dia....uma espetada de chuva e sol e mais uns quantos turistas ibéricos. Alguns porcos pretos (da bolota ibérica). Outras tantos bifes a acompanhar:)
Que horror. Dito isto, acabei com a minha curta e efémera carreira do whatever!Pensem no porquê.
Terceiro dia: o terceiro dia de filmagens corresponde ao mais estranho dia das nossas vidas (nossas vidas..refiro-me a Cinemuerte). Estranho sim: o terceiro dia corresponde a uma parte do segundo dia. Contudo recuso-me a considerá-lo como segundo, dado o esforço dos
non stop guys and girl em que nos moldámos. Deshumano, no mínimo. No bom sentido. Quando nos tornamos deshumanos, tornamo-nos especiais. E é na especialidade dos seres, que vale a pena ser-se.
E é no erro, que se é mais feliz. Apreendi esta grande verdade com o rodar dos tempos.
Quarto dia: 4 horas de sono e um tentador sms.
Rise and shine from S. A sabedoria bate-me à porta da manhã. Sigo para Sintra com escala em Belém. A Escala dos sabores de uma torrada afogada em doce de abóbora e canela "plus strawberry's trippling blues". A três. Curioso, sempre a três. Quer enm filmagens,quer em passeio. A Santa Trindade?
Regresso inolvidável para uma travessia ao cair do pano do dia. O nosso olhar afogado em nevoeiro. Uma rã a fazer-se à estrada da vida, assim ao jeito do puto dos seus vinte e poucos anos naquela manhã das 7 da matina, da bomba da Estrada da Luz. Tudo dito. Tudo feito.
Reparo: há febre em Sintra.