segunda-feira, março 01, 2021

Ao primeiro sopro

Para o meu amigo Gonçalo João que tanto estimo pela sua inteligência e carisma. 


Ao primeiro sopro.


No precipício da vida

Morre o artista

Como morre a palavra

Carregando sobre as tensas costas

Meio tom para o abismo.


Gemendo a dor do fim

Gemendo amor até ao fim

Na vã esperança de se perpetuar

Na memória do outro, insano

Soprando a sua pena.


Ardes-me ó Fim. Extremo Fim

Ardes no peito das coisas sem fim.


Por quem te tomei? 

Princípio de um nada

Por tudo e nada

Sei que sim, fomos feitos

Cúmplices ao primeiro sopro.
















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