quarta-feira, junho 28, 2006

A Praia de Oscar Wilde

Recordo-me da praia, da faca a decapitar o ananás que se viria a tornar no meu sustento daquela tarde muito bem passada e em companhia de uma raridade. O sustento passaria a ser também dela. O melhor daquela tarde: as páginas de um correio de notícias banais a esvoaçar pela areia. Um esvoaçar risonho, arrastando-nos pela praia. A ausência de som deixara de ser mero sonho, passando a cravar-se acentuadamente no meu caminho ao encontro de paz. O melhor estava para vir: Mr. Oscar Wilde.
Sines, Julho deste século.

1 comentário:

Vanity Chair disse...

Recordo-me de conversas entrelaçadas entre o amor e a beleza gráfica de uma revista que apresenta a mulher como Vénus de Milo de um Dior ou Dolce Gabanna. La Dolce Vita!
Uma praia com o sol a ouvir a conversa mundana e a sussurrar na nossa pele o desejo de se infiltrar.
Para fecharmos os olhos em expressão de deleite, um belo sumo de ananas a calar os nossos lábios.
O prazer estava Presente naquele momento das nossas vidas:o vento sussurrou aos nossos ouvidos.
No repente de um surdo instante, um jornal desfolhou-se por entre a areia da praia.A tentativa de reconstitui-lo foi em vão, mas o momento sufocou-nos de sorrisos e gargalhadas até hoje, até agora, nessa praia que se deve encontrar deserta.
No dia que escoou para anunciar o seguinte, Mr. Wilde apresentou-se como despedida.
Teremos de repetir para que senhores como este se cruzem nas nossas vidas.
Obrigada