Para mim, e para todos aqueles que aqui se identificam:
Nunca nos acham muita piada, a não ser depois de mortos.
Vêem-te como uma carta fora do baralho até ao dia em que Deus te murmura ao ouvido e te apagas conforme a Lei da Vida (?). E eis que morreste. E essa carta, assim, no meio do nada, a carta que foste, fora do baralho, revela-se um rei de copas, ou de espadas, se estiveres em pé de guerra. Tudo parece uma piada..uma piada de mau gosto. E tu, ris-te. Finges que tudo está bem, que tudo faz sentido, que a atrocidade na tua vida, é a cereja agridoce no topo de umas camadas arquitectonicamente bem montadas de um pão-de-ló ressequido de tanta porrada que levaste e vais continuar a levar. És o aborto social das elites. És a antítese levantada ao quadrado da resposta certa num exame de resposta múltipla, onde tudo está rigorosamente definido, até mesmo a tua, a nossa Inexistência- a rainha das noites sem tecto, das noites privadas de muros, de um sentido de pertença que em nós não cabe.
terça-feira, maio 29, 2012
segunda-feira, maio 28, 2012
terça-feira, maio 22, 2012
Absoluto-astuto
Não sei se alguma vez cheguei a gostar de ti. Penso que a resposta encontra o seu ponto no vazio. Sei que morreste, a tua fúria, o teu ódio morreu. Contigo, levas tudo, levas-nos as nós, as crianças que tentámos ser, nas pastas pesadas que carregaste no ódio de nos ter como teus netos, filhos de um pai odiado. Tentaste tudo partir, semear o desespero, o medo, alimentaste-nos na ira. Desequilibrados que somos hoje, nada mais temos a temer. Tudo tem um fim. E a ironia irradia neste virar de página em silêncio absoluto-astuto, porque nada tem para dizer, porque nada quis alguma vez concluir.
segunda-feira, maio 21, 2012
O tormento
Os meus dias e as minhas noites.
Esse temor de adormecer, de entardecer o peso da tua vida na minha. Nos meus sonhos, passeiam os teus pés cândidos tracejando-se até mim, para que as tuas pesadas mãos se esmaguem no tormento.
Esse temor de adormecer, de entardecer o peso da tua vida na minha. Nos meus sonhos, passeiam os teus pés cândidos tracejando-se até mim, para que as tuas pesadas mãos se esmaguem no tormento.
terça-feira, maio 08, 2012
O meu sorriso
Hoje, perdi o meu sorriso.
Não sei bem onde,
Talvez por onde tenha passado,
Numa qualquer esquina,
Onde as palavras quebram em tamanha verdade,
Onde a ordem do mundo se expõe em contraluz,
Num ângulo certeiro, dourado, em cruz.
Não sei bem onde,
Talvez por onde tenha passado,
Numa qualquer esquina,
Onde as palavras quebram em tamanha verdade,
Onde a ordem do mundo se expõe em contraluz,
Num ângulo certeiro, dourado, em cruz.
Soturnas
Não escreverei o teu nome no meu diário. Não te quero nesta trajectória sem fim, e penosa. Não te quero neste livro sem fim que geme, com o bater das páginas sopradas a vento da minha profunda alma, sem rumo.
Não te quero na trajectória da minha caneta aguda numa dor de parto singular que esmaga cada palavra como a morte esmagará o fim das nossas intenções, soturnas,
Não te quero na trajectória da minha caneta aguda numa dor de parto singular que esmaga cada palavra como a morte esmagará o fim das nossas intenções, soturnas,
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